Relatório da palestra: "Metodologias Ativas: origem, conceito e aplicações"

As mudanças advindas com a contemporaneidade, exigiu mudanças nos métodos de aprendizagem, as quais devem acompanhar transformações na sociedade e no homem que dela faz parte. Nesse contexto, a abertura oficial dos programas PIBID e Residência Pedagógica trouxe a palestra sobre “Metodologias Ativas: origem, conceitos e aplicações” ministrada pela Profº Ana Luiza Negreiros, realizada no dia 19/11/2020 trouxe grandes contribuições para os novos integrantes dos programas Pibid (Programa de Iniciação à Docência), Residência Pedagógica e toda a comunidade acadêmica, abrindo novos horizontes acerca do tema tratado.


Nessa perspectiva, as metodologias ativas trazem o alunado para o centro do processo educativo e o professor como um facilitador, rompendo com os paradigmas do tradicionalismo nas formas de aprendizagem, o aluno como um ser passivo nesse processo, no contexto escolar. Essa metodologia é fundamentada nos pressupostos teóricos de John Dewey, David Ausubel e pelo grande educador Paulo Freire. Todos enfatizavam a necessidade de trazer as experiências vividas pelos alunos para o desenvolvimento das práticas educativas, além de tornar o processo de aprendizagem e seus resultados mais significativos para as necessidades do cotidiano do aluno.


A utilização dessa nova forma de ensino deu-se na Universidade de McMaster no Canadá (1974), Universidade do Novo México (1979) e na Escola Médica de Harvard em 1985. Após ser adotada por esta renomada academia de ensino, essa estratégia passou a ser incorporada no currículo de outras instituições. Se tornando referência no que diz respeito ao “padrão de excelência crítica global”.


Por conseguinte, algumas das vantagens trazidas por este método são as chamadas aprendizagens significativas, onde acontece a mediação entre os conhecimentos historicamente construídos e os novos. Esta relação entre as vivências dos educandos e o contexto escolar proporciona uma aprendizagem efetiva, pois passa a ter um significado real para o educando, ele se torna o protagonista do seu processo de construção do conhecimento, de forma autônoma.


Dentre os métodos ativos, destacam-se dois, sendo eles: Problem Based Learning (PBL) e a Problematização. Apesar de bem parecidos, há diferenças em determinados pontos, como por exemplo o modo de como o professor é visto. Na PBL o professor é projetado como um facilitador da aprendizagem, uma espécie de tutor. Já na Problematização, o docente é visto como um instrutor. E também, existe disparidade na concepção de ensino, que na PBL é tida como “aprender a aprender” e na Problematização “no aprender fazendo”.

 

A problematização funciona a partir de problemas oriundos da realidade, onde o aluno deve buscar a melhor solução para resolver os problemas da comunidade em que está inserido, o método faz com que o aluno seja protagonista neste cenário. Assim como no PBL, o aluno é o centro das atenções, já o professor é considerado instrutor da aprendizagem e a comunidade é coadjuvante.

 

O PBL em específico, funciona por meio de tutorias. Os grupos tutoriais, geralmente são constituídos por 10 alunos e um tutor, ocorre duas vezes por semana na duração de 4 horas (hora aula de 50min). Essa tutoria objetiva o aprendizado auto-dirigido despertando a curiosidade intelectual dos discentes para que possam adquirir um raciocínio clínico sobre a resolução do problema proposto. Ademais, para que se venha utilizar esses métodos ativos é necessário uma discussão pedagógica a nível de currículo na instituição.


Afim de obter bons resultados com o uso do PBL, é necessário fazer um bom problema que deve ter uma descrição imparcial de um cenário comum que necessita de uma explicação para os mecanismos ou processos que estão por trás do caso, podendo ser um cenário regionalizado que enfoque problemas socioculturais e típicos, pois serão esses problemas reais que encontraram na comunidade e devem ser formulados de forma clara e objetiva.

 

Na prática, o PBL funciona a partir de 7 passos, o primeiro é ler atentamente o problema e esclarecer os termos desconhecidos, em seguida identificar questões, oferecer soluções para essas questões, resumir explicações, depois estabelecer os objetivos de aprendizagem que levem o aluno ao aprofundamento das questões, propor o estudo individual e por fim o problema será discutido novamente no grupo.

 

A professora e palestrante Ana Luiza Negreiros, trouxe a gamificação como uma forma de aplicação do PBL nesse cenário de pandemia mundial com o ensino remoto, trata-se do uso de mecanismos e dinâmicas de jogos para engajar pessoas, resolver problemas e melhorar o aprendizado, motivando ações e comportamentos em ambientes fora do contexto de jogos. Na Educação Infantil o docente pode apresentar um fato/problema comum da realidade das crianças, pedindo que levantem hipóteses sobre o problema, o professor pode estimular contando uma história que inclua esse problema, após isso, discutir com os alunos tais hipóteses e as maneiras de agir diante do impasse e por fim ele propõe uma roda de conversa para saber como cada um refletiu e aprendeu.

 

Destarte, é visível a importância das Metodologias Ativas no processo educacional que pode ocorrer de várias maneiras na vida do estudante, tais metodologias criam novas habilidades como a autonomia do aluno no processo de aprendizagem, podendo guiar seu desenvolvimento na prática de atividades e projetos juntamente com os colegas, instigando o aluno a buscar conhecimentos através de suas experiências de vida associando aos questionários aplicados na sala de aula, melhorando a interatividade entre os alunos e o trabalho em equipe. Fica claro para os pibidianos a relevância dessas metodologias em prol de estimular o protagonismo dos alunos para uma educação inovadora, e a buscarem os conhecimentos e estratégias necessárias que auxiliarão na didática, planejamento, ensino, buscando sempre alinhar teoria e prática.

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